O S Boyer



Orlando Spencer Boyer nasceu em Bedford, Iowa, Estados Unidos, em 5 de março de 1893. Em março de 1914, ele casou com Ethel Beebe. Dedicado ao ministério de anunciar a Palavra de Deus, o casal chegou ao Brasil em 1927, indicado pelo Conselho Missionário da Igreja de Cristo, denominação à qual pertenciam à época.

Em Pernambuco, os Boyer passaram um ano estudando a língua portuguesa, aprimorando-se na maneira de falar com os nordestinos. Em seguida, na cidade de mata grande, no sertão de Alagoas, passaram quatro anos abrindo trabalhos. Boyer contava que alcançara o domínio de língua nos diálogos alegres com a boa gente brasileira durante as viagens a pé ou a cavalo como um evangelista.

De Alagoas, seguiu para o Ceará, visitando algumas cidades completamente hostis ao Evangelho. Num esforço pioneiro, abriu trabalhos ao longo da via férrea em 14 localidades cearenses, enfrentando sem relutância a fúria dos inimigos do Evangelho. Nesse campo, no entanto, Orlando Boyer ainda era batizado no Espírito Santo.

Um certo advogado, faminto pela revelação divina, leu a Bíblia seis vezes durante três meses. Na leitura, encontrou a promessa do derramamento do Espírito Santo em Atos. Mesmo sem saber do que se tratava, resolveu pedir a Deus o batismo pentecostal. Pouco tempo depois, testificava da bênção recebida a qualquer pessoa que encontrasse. Nessa ocasião, os missionários norte-americanos Virgil Smith e Bernhard Johnson, que também estavam no Brasil e também não eram ainda da Assembleia de Deus, ouviram o testemunho daquele homem e repartiram a nova com o casal Boyer. Intrigados com o fato, Smith e Johnson começaram a busca mais ardentemente o poder de Deus, alcançando também a promessa. O filho de Johnson, Bernhard Johnson Jr, seria, inclusive, um dos grandes nomes da Assembleia de Deus na evangelização do país, como vimos na seção Nossa História da edição passada (MP 1.502, julho/2010).

Profundamente comovido, Orlando Boyer retornou aos Estados Unidos em maio de 1935. Lá, sua esposa foi batizada no Espírito Santo em uma reunião em Oklahoma. Pouco tempo depois, na igreja de Peoria, em Tulsa, ele teve a mesma experiência. Esses fatos trouxeram certa mudança na vida do casal missionário. Os dois tiveram que se filiar à Assembleia de Deus em Oklahoma. Foi o Departamento de Missões da Assembleia de Deus ali que os enviou novamente ao Brasil.

Boyer recomeçou seu trabalho no Ceará. Passou dez anos ali, plantando e colhendo na Seara do Mestre. Depois, rumou para Santa Catarina, onde permaneceu três anos trabalhando na obra de Deus e traduzindo textos para o português. Foi nesse período que Orlando Boyer foi convidado a ministrar seus ensinamentos através da CPAD. Ele desprezou regalias, sacrificou o conforto, mas permaneceu firme em seu ofício, até que a doença de sua esposa o levou de volta aos Estados Unidos. Lá, a irmã Erthel faleceu Em 14 de outubro de 1967.

Sabendo que os anos dedicados à obra missionária já lhe garantiam a aposentadoria e que, por isso, o Departamento de Missões não custearia sua volta ao Brasil, o incansável obreiro tomou o dinheiro destinado às despesas fúnebres que estava garantido pelo seguro e o empregou na compra de uma passagem para o Rio de Janeiro. Mais tarde, justificou a sua conduta em uma carta: “Eu sabia que vocês pagariam o funeral, mas sabia também que jamais me enviariam de volta ao Brasil.

No Brasil, Orlando Boyer teve as mais gratas experiências com Deus. Ele mesmo experimentou a cura divina, quando uma enfermidade ameaçava paralisar as suas pernas. Durante uma grande seca no Ceará, experimentou o milagre da multiplicação de pães, quando filas de pessoas famintas se amontoaram à sua porta, saciando sua fome.

Orlando Boyer renunciou a toda espécie de regalias pessoais e custeou a publicação de novos livros, economizando dinheiro de obras já publicadas. Nas suas últimas horas de vida, ainda pensou em novos livros evangélicos para o Brasil, mas não havia mais tempo. Mesmo assim, seus esforços não foram em vão. Ele publicou 131 obras, sendo 16 de sua autoria e as outras traduções por eles feitas. Em 21 de abril de 1978, nos Estados Unidos, partiu “para a cidade onde as lágrimas não correm e o descanso é eterno”.

Extraído do Jornal Mensageiro da Paz, ano 80, número 1.503, agosto, 2010
Esta mesma bibografia também foi publicada na revista Obreiro, Encarte Especial, sobre "Pioneiros e líderes da AD". Ano 23 - no. 13; paginas 46 e 47.


Biografia de Orlando Spencer Boyer
Orlando Spencer Boyer nasceu em Bedford, Iowa, EUA, em 5 de março de 1893, casou-se em 15 de março de 1914 com a senhorita Ethel Beebe, que durante 53 anos foi sua incansável companheira na obra do Senhor, e com quem teve um filho e uma filha, hoje residentes nos EUA.
Sua Conversão
Boyer contava 12 anos de idade quando o sofrimento e o falecimento de sua avó o levaram a preocupar-se com o seu próprio destino após a morte. Um pensamento o atormentava: "Onde vou passar a eternidade?" Apesar de seus pais serem crentes, de ele próprio ir a igreja e participar dos cultos domésticos, não tinha certeza da salvação, até que, num domingo, ele aceitou Jesus como seu Salvador. Aos 16 anos voltou a ser atormentado pelas dúvidas, mas, na Epístola aos Hebreus, encontrou a resposta para suas angustiantes perguntas concernentes à esperança de salvação: "A qual temos por âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu" (Hebreus 16.9). Estas experiências levaram-no a escrever, 40 anos depois, o livro Âncora da Alma, com o objetivo de dirimir dúvidas e inspirar fé e confiança na alma dos leitores.
A Vinda para o Brasil
Em 1927, o casal Boyer, enviados pelo Conselho de Missionários da Igreja de Cristo, da qual eram membros, chegou ao Brasil com a missão de evangelizar e implantar igrejas onde ainda não houvesse trabalho evangélico. Seu primeiro campos de trabalho foi em Pernambuco, e ali o casal permaneceu um ano aprendendo a língua portuguesa, indo depois para Mata Grande, Alagoas. Ao longo de quatro anos Boyer desbravou o sertão alagoano implantando pontos de evangelização em vários lugares.
Em 1932, Boyer e sua esposa foram para Sobral, no Ceará. Naquela época não havia trabalho evangélico naquela cidade, o catolicismo predominava, e o padre local tentando obstar a penetração do Evangelho nos seus domínios, incitou o povo contra os missionários. Boyer relatou anos depois que a recepção naquele lugar foi tremendamente inóspita; cerca de 3.000 pessoas reuniram-se em frente a pensão, onde os missionários estavam hospedados, ameaçando-os de linchamento se não saíssem da cidade. Os irmãos foram salvos da ira do sacerdote romano e d população graças a ação decidida e enérgica do comandante do destacamento de polícia naquela cidade, que dispensou os desordeiros. Dali foram para Ipu, onde foram apedrejados por um grupo de moradores, sob a liderança do padre local e das freiras (sempre eles). O episódio é narrado assim no livro Histórias das Assembléias de Deus no Brasil , 2ª edição, 1982, página 139: "À noite, apagaram as luzes da cidade e a multidão, enfurecida, reuniu-se na praça principal, pronta para investir contra o portador das boas novas pentecostais. Entretanto, o mesmo oficial que o protegeu em Sobral, avisado com antecedência, dirigiu-se para Ipu e, com a mesma bravura, fez recuar padre, Freitas e desordeiros, nada acrescentando ao enviado de Deus".  Assim foi em Cratéus, Camociim e outros lugares. Era a mão de Deus livrando e guardando seus servos da fúria de Satanás (Sl 121; Mt 28.19,20). Seu esforço pioneiro no Ceará resultou na evangelização e abertura de trabalhos em 14 localidades ao longo da via férrea.
O Encontro com o Lampião
A vida de Boyer, tal como a do apóstolo Paulo, correu perigo inúmeras vezes, tando, até, de pagar um resgate de 236$000 (duzentos e trrinta e seis mil réis) para que Lampião, o rei do cangaço, que então implantava o terror nas caatingas do Nordeste, libertasse Virgílio Schimidt e sua esposa, missionários que trabalhavam com ele. Lampião achou que a quantia oferecida por Boyer era pequena, exigia cinco contos de reis, mais Boyer falou do amor de Cristo ao cangaceiro, que não lhe fez mal algum, libertou os missionários e os deixou seguir em paz, restituindo-lhes os 236$000 e mais 109$000 (cento e nove réis) do próprio bolso para ajudar nas despesas (MP 1090, 2ª quinzena de abril de 1978, página 5). Teria a semente do Evangelho germinado em alguns daqueles corações emperdenidos? Cremos que sim, a Palavra de Deus não é pregada em vão (Is 55.11). Com certeza o Senhor honrou o trabalho e o sacrifício do seu servo, que com desapego à própria vida enfrentou com denodo os ataques de Satanás, de homens e feras nos sertões do Nordeste.
A Volta aos Estados Unidos e o Batismo com o Espírito Santo
E maio de 1935, comovidos com o testemunho dos missionários Virgil Smith e Bernhard Johnson sobre a experiência do batismo com o Espírito Santo, Boyer e sua esposa voltaram aos Estados Unidos, onde durante uma reunião de oração, em Oklahoma, a irmã Ethel foi batizada com o Espírito Santo. Pouco depois, na igreja em Peoria, Tulsa, Boyer foi também selado com o Espírito da Promessa. A partir de então, filiaram-se à Assembléia de Deus em Oklahoma, cujo Departamento de Missões os enviou de volta ao Brasil, em dezembro daquele mesmo ano.
Retomando o Trabalho do Brasil
Em 1938, encontramo-lo pastoreando o trabalho da Assembléia de Deus em Camocim, conforme relato do pastor José Teixeira Rego, no MP da 2ª quinzena de julho de 1938, página 7. Ainda no MP da primeira quinzena de agosto de 1938, página 7, Boyer aparece em uma foto com um grupo de irmãos na AD em Ipiaba, Ceará. Nesse Estado ele trabalhou 10 anos, de 1932 a 1942, indo então para Santa Catarina, onde permaneceu por 3 anos. Ali, aconselhado por J.P.Kolenda, iniciou sua carreira como escritor, publicando seu primeiro livro Esforça-te para Ganhar Almas.
Boyer e a Literatura
Orlando Boyer era versátil, possuía grande cabedal cultural. Além de eloqüente pregador, seus sermões elevavam os ouvintes e a glória de Deus descia sobre a igreja onde pregava, era também excelente professor, sendo, por isso, muito solicitado para pregar e ministrar estudos bíblicos nas igrejas. Seus dotes de escritor foram também colocados a serviço de Deus, e ele deixou um valioso acervo de obras teológicas de sua autoria, 17 livros, e 115 traduzidas para o inglês, em uma época em que os recursos técnicos e humanos, nessa área, eram escassos no Brasil. De suas obras destacam-se Âncora da Alma, Pequena Enciclopédia Bíblica, Espada Cortante (dois volumes), Esforça-te para Ganhar Almas, Daniel Fala Hoje, Visão de Patmos e Heróis da Fé.
Boyer e a CPAD
Em 1945, Boyer mudou-se para o Rio de Janeiro, atendendo o convite para trabalhar na CPAD, na época, situada na Rua São Luiz Gonzaga 1951, como comentarista das lições bíblicas da Escola Dominical. Ali iniciou sua vasta contribuição à literatura das Assembléias de Deus no Brasil, comentando lições bíblicas do segundo semestre de 1946, com o tema Personagens da Bíblia. Além disso, escrevia e traduzia livros e também artigos para o Mensageiro da Paz. Aliás, o MP da 1ª quinzena de setembro de 1938, página 4, publica um artigo traduzido por ele, intitulado "A Destruição da Cidade de São Pedro".
Lagrimas e Luto
Vivendo modestamente e sacrificando o próprio conforto, Boyer investia do próprio bolso na publicação de suas obras, visando dar aos obreiros e aos crentes em geral uma boa formação bíblica e teológica. Todavia, sua esposa adoeceu e o casal voltou aos Estados Unidos, de onde no dia 14 de outubro de 1967 ela partiu para a eternidade, deixando no coração o do denodado missionário um grande pesar. Entretanto, Boyer não quis ficar em seu país e retornou ao Brasil para continuar sua missão de ensinar, traduzir e escrever livros.
O Último Adeus ao Brasil
No dia 16 de fevereiro de 1978, Boyer deixou definitivamente o Brasil. Ao sair de Pindamonhangaba, onde nos últimos anos vivera e lecionara no IBAD - Instituto Bíblico das Assembléias de Deus, a caminho do Rio de Janeiro, onde embarcaria para os Estados Unidos, o valente pioneiro, com a voz embargada e lágrimas nos olhos, despediu-se dizendo: "Adeus, Pinda". Dois meses depois, no dia 21 de abril, na casa de repouso Maranata, Springfield, Missouri, alquebrado pelo peso dos seus 85 anos, dos quais 51 foram dedicados ao Brasil, Boyer descansou das suas obras.  Como Paulo, ele poderia dizer: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia..." (II Timóteo 4.7,8).
Sem dúvida alguma, o nome de Orlando Spencer Boyer  poderia ser acrescentado à galeria dos heróis citados em seu livro Heróis da Fé !
O nome verdadeiro de Orlando Spencer Boyer era Orla Spencer Boyer.
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Prefácio do livro 150 Estudos e Massagens, de Orlando Spencer Boyer, Editora CPAD, Rio de Janeiro, 2002, escrito por Joel Dutra do Nascimento
 Assim foi o privilégio dos Smiths e Boyers serem os pioneiros na evangelização dos nordeste do Brasil, onde a  Bíblia era um livro quase totalmente desconhecido.
Extraído do site Movimento de Restauração





Missionário Orlando (Orla) Spencer Boyer
e sua mui digna esposa

Mestre Orlando Spencer Boyer sentado próxima a janela
participa do devocional matinal na Capela do IBAD
 antes das aulas do dia.

O S Boyer entre a liderança local.
É o quinto da esquerda par a direita.


 Missionário O S Boyer participava ativamente da vida do IBAD.
Como nesta foto  entre os formandos na capela do IBAD.
 Em segundo plano, da esquerda para a direita, vemos Pr. João Kolenda Lemos,
e a seguir a Missionária Ruth Dorris Lemos. A seguir Orlando Spencer Boyer.
Na primeira fila, sentado, Orlando Spencer Boyer, ao lado
da missionária Ruth Dorris Lemos.
O local é em frente a "casa branca".
Foto colhida no Facebook.



Enfrente ao antigo refeitório, onde hoje é o estacionamento do IBAD,
vemos, da esquerda para a direita e em primeiro plano:
 Pastor e professor colaborador no IBAD, João de Oliveira.
Ao seu lado Orlando Boyer.
Em segundo plano, da direita para a esquerda, a então aluna  Helba Corrêa Galvão,
 hoje, Missionária e esposa do Diretor Executivo, Pr. Mark Lemos

Neta imagem vemos O S Boyer e a Missionária Ruth Dorris lemosno centro.
As três crianças em primeiro plano são: Raquel, Rebeca e Mark Lemos.
Todos atuantes na obra de Deus.



Orlando Spencer Boyer
O. S. Boyer




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Orlando Boyer folheando a PEB de sua autoria.

Mensageiro da Paz
Primeira página





O S Boyer ainda jovem  no quarto plano à esquerda  com a cabeça inclinada
para a esquerda, na Assembleia de Deus no bairro
de São Cristóvão, Rio de Janeiro,




Missionário Orlando Spencer Boyer
conversa com aluno ibadiano Davi Rocha.







Estas duas últimas fotos (a imagem e o texto)  foram extarídas do livro editado
em comomoração ao 70 da CPAD, e que conta a história da casa.
(04/10/2013)




Encontrei esta foto e guardei-a por um tempo. Não lembro de onde a copiei,
mas agora está pronta para ser publicada com o acervo desta página.
Este é Orlando Spencer Boyer, missionário norte-americano. por muitos
anos ele lecionou no IBAD. Na foto ele está diante da PEB -
Pequena Enciclopédia Bíblia, hoje presente em quase todos os lares
evangélicos e cristão desse país. Boyer é o patrono da biblioteca do IBAD.






Orlando Spencer Boyer em sua cadeira de rodas.
A foto é uma cortesia do face da ex-aluna
Luzelucia Ribeiro da Silva.
Frente da "Casa Branca"