Em seu novo livro, “Legacy: A Genetic History of the Jewish People”
[Legado: Uma História da Genética do Povo Judeu], Harry Ostrer, médico
geneticista e professor da Escola de Medicina da Faculdade Albert
Einstein, em Nova York, afirma que os judeus são mais diferentes que se
imaginava.
As diferenças que os judeus possuem, é uma espécie de “assinatura
genética distinta”. Quando os nazistas tentaram exterminar os judeus com
base em uma suposta distinção racial, muitos alegavam que isso não
fazia sentido, pois os judeus não seriam uma raça e sim uma etnia.
“Quem é judeu?” tem sido uma questão fundamental para os judeus ao longo da história. O que provaria a identidade judaica? Suas diferentes crenças religiosas, práticas culturais e laços de sangue?
Os geneticistas têm consciência de que certas doenças, como câncer de mama, afetam mais os judeus. Ostrer, que também é diretor de testes genéticos no Centro Médico de Montefiore, vai mais além, afirmando que os judeus são um grupo homogêneo, podendo sim ser caracterizado como o que podemos chamar de “raça”.
Na maior parte dos 3.000 anos de história do povo judeu, o que veio a ser conhecido como “excepcionalismo judeu” não era controversa. Devido a uma tradição de isolamento cultural, e defesa do casamento apenas entre judeus garantiram a preservação de alguns traços linguísticos e culturais.
Agora, com a ciência moderna, eles não poderão mais ser vistos apenas
como “tribos”.
Ostrer explica que no século 20 a genética emergiu como uma ciência fundamental. Desde os tempos de Maurice Fishberg, um médico judeu de Nova York que viveu no século passado, havia uma tentativa da medicina de se provar essa distinção.
Ostrer explica que no século 20 a genética emergiu como uma ciência fundamental. Desde os tempos de Maurice Fishberg, um médico judeu de Nova York que viveu no século passado, havia uma tentativa da medicina de se provar essa distinção.
Fishberg media o tamanho do crânio de seus pacientes e tentava
explicar por que os judeus pareciam ser atingidos por algumas doenças
mais do que outros grupos. Embora o mero formato do crânio forneça
informações limitadas sobre as diferenças humanas, seus estudos
conduziram a mais pesquisas ligando judeus à genética.
Ostrer divide seu livro em seis capítulos, que representam os vários
aspectos do judaísmo: Olhando os judeus, patriarcas, genealogias,
tribos, traços genéticos e identidade. Cada capítulo apresenta um
importante cientista ou figura histórica que avançaram consideravelmente
na compreensão do judaísmo.
“Legacy” pode causar algum desconforto a seus leitores. Para alguns
judeus, a noção de um povo geneticamente relacionado é um remanescente
embaraçoso do sionismo que se popularizou no final do século 19.
Obviamente, sociólogos e antropólogos culturais, ainda ridicularizam o
conceito de “raça”, afirmando que não existem diferenças significativas
entre grupos étnicos.
Para os judeus, a palavra ainda carrega a associação especialmente
odiosa com o nazismo. Eles argumentam que o judaísmo se transformou de
um culto tribal em uma religião mundial reforçada por milhares de anos
de tradições culturais.
Com o primeiro mapeamento de DNA da história, cerca de 10 anos atrás,
os geneticistas acreditam que a diferença entre os diferentes “tipos”
de seres humanos não passariam de 0,1%. Mas é bom lembrar que esse 0,1%
apresenta cerca de 3 milhões de pares de nucleotídeos no genoma humano.
Eles determinam, por exemplo, cor da pele ou do cabelo e suscetibilidade
a determinadas doenças. Seriam como um mapa inquestionável de nossas
árvores genealógicas.
Tanto o projeto do genoma humano quanto a pesquisa de doenças
descartam o termo “raça”, preferindo conceitos mais neutros, como
“população”. Resumia a sua essência, raça seria o equivalente a “região
de origem ancestral”. Isso nunca foi objeto de disputa entre os judeus,
que traçam sua origem a Abraão, que viveu a maior parte de sua vida na
terra chamada hoje de Israel.
As conclusões de Ostrer demoraram décadas de sua carreira e ajudam a
explicar hoje a base genética de doenças comuns e raras. Segundo ele, os
judeus podem ser identificados pelas 40 ou mais doenças que os afligem
desproporcionalmente, uma conseqüência inevitável da endogamia.
Ele traça inclusive a história de numerosas doenças tipicamente
“judias”, incluindo três mutações genéticas do câncer de mama e de
ovário que marcam os que são indelevelmente “filhos de Abraão.” Sua
conclusão é simples, ser judeu não é algo determinado pela religião ou
local de nascimento é uma marca genética carregada por todos que
compartilham esse título.
Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/pesquisa-comprova-que-judeus-tem-marca-no-dna/