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Neste sábado, dia 29/10, a Biblioteca Nacional do Brasil festeja seus 201 anos, data que também marca o encerramento das comemorações do seu bicentenário. Ao longo dos últimos 12 meses, a BN realizou uma série de atividades, tanto no prédio da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, como em várias partes do Brasil e do Mundo.
“Ao mesmo tempo em que encerramos as celebrações do bicentenário, data tão importante para a história extraordinária da Biblioteca Nacional, já começamos a discutir e a pensar no futuro da instituição, de olho nos próximos 200 anos”, afirma o presidente da FBN, Galeno Amorim.
Como parte das celebrações do bicentenário, em um ano, a BN realizou três grandes exposições de arte – BN 200 anos, Brasil Feminino e Giorgio Vasari - , ampliou sua agenda cultural, oferecendo palestras e encontros quase que diariamente, além de ampliar o horário de funcionamento para os fins de semana. “Tudo para poder oferecer à população cada vez mais e mais opções culturais”, diz Galeno.
Considerada pela Unesco uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, hoje, sob sua guarda, somam-se mais de 9 milhões de peças. Centenas de pesquisadores, estudantes, turistas, passam diariamente pelo prédio, que funciona como sede da Fundação Biblioteca Nacional (FBN/MinC).
O início do itinerário da Biblioteca está ligado a um dos mais decisivos momentos da história do Brasil: a transferência de toda a família real e da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, quando da invasão de Portugal pelas forças de Napoleão Bonaparte, em 1808.
O acervo trazido para o Brasil, de sessenta mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas, foi inicialmente acomodado numa das salas do Hospital do Convento da Ordem Terceira do Carmo, na Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março. Em 29 de outubro de 1810, um decreto do Príncipe Regente determinou que o lugar acomodasse a Real Biblioteca e instrumentos de física e matemática. A data de 29 de outubro de 1810 é considerada oficialmente como a da fundação da Real Biblioteca que, no entanto, só foi franqueada ao público em 1814.
O prédio atual da FBN teve sua pedra fundamental lançada em 15 de agosto de 1905 e foi inaugurado cinco anos depois, em 29 de outubro de 1910. O prédio foi projetado pelo General Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, e a construção foi dirigida pelos engenheiros Napoleão Muniz Freire e Alberto de Faria. As instalações do novo edifício correspondiam na época de sua inauguração a todas as exigências técnicas: pisos de vidro nos armazéns (ainda existentes), armações e estantes de aço com capacidade para 400.000 volumes, amplos salões e tubos pneumáticos para transporte de livros dos armazéns para os salões de leitura.
Últimos eventos da celebração do Bicentenário
Giorgio Vasari e a invenção do artista moderno – Como último dos eventos dentro das comemorações do bicentenário da Biblioteca Nacional, foi aberta a exposição que marca os 500 anos do nascimento do pintor e arquiteto italiano Giorgio vasari, reconhecido mundialmente como o primeiro historiador da arte. Incentivador de artistas como Michelangelo e amigo da poderosa família dos Médici, ele atendeu a encomendas de príncipes e papas. Vasari foi o idealizador da arquitetura da Galleria degli Uffizi , hoje sede do principal museu de Florença e fundador da primeira academia de belas artes, a Academia das três artes do Desenho, de 1563. A exposição conta com três edições de “Vidas dos mais excelentes pintores, escultores e arquitetos” - livro fundador da historiografia artística, lançado originalmente em 1550 por Vasari. Ao todo, 110 peças do acervo da Biblioteca levando a história do Renascimento italiano para o coração do Rio de Janeiro. Até o dia 11 de dezembro, com entrada franca, de terça a domingo.
200 anos, no Senado - Exposição que celebrou os 200 anos da Biblioteca Nacional está agora exposta em Brasília, até o dia 18 de novembro, na biblioteca do Senado Federal. Ela exibe a história da BN, desde sua viagem para o Brasil, com a Corte Portuguesa, em 1808, até os dias de hoje, e faz um passeio sobre o acervo de livros, manuscritos, periódicos, pinturas, partituras musicais, entre outras peças ligadas ao acervo. No terceiro andar da Biblioteca, uma exposição especial conta a história do edifício, fundado em 1910.