quinta-feira, 2 de março de 2017

O efeito do som do próprio nome

Se você quiser saber se alguém em uma sala para 5 estiverem 12 presta atenção em assuntos alheios faça o seguinte teste: brinque de falar de determinada pessoa sem usar o nome dela, e veja em quanto tempo ela se dará conta.

A “magica” é fantástica. Enquanto as pessoas estiverem falando, falando, falando sobre determinado assunto conseguimos selecionar dentre as conversas paralelas a que nos interessa ou nenhuma delas. Porém, dentre as diversas linhas cruzadas aparecer o nosso nome, os sinais de alerta são acionados. Nada mais nos interessa do que o uso do nosso nome.

Quando menos se espera ouvir o próprio nome da boca de outra pessoa, principalmente as estranhas, acontece uma explosão “dentro do cérebro” e isso “aciona a porção medial do córtex pré-frontal”. O recrutamento diz ao cérebro: você está na berlinda.

Estudos realizados entre centros de pesquisa no Japão e publicados na revista “Cerebral Córtex”, mostrou que os voluntários dentro de uma maquina de ressonância magnética, após ouvirem inesperadamente seu nome durante uma tarefa não relacionada e de fato não havia ativação resultante do córtex pré-frontal.

Entretanto outras regiões do cérebro deram o sinal de alerta. Essas regiões incluem a formação reticular mesocefálica, cerne do sistema que possibilita a atenção; o córtex auditivo, que permite a percepção consciente dos sons; o córtex frontal inferior, que é capaz de reorientar as atenção; e a ínsula e o precuneus, partes do córtex que participam da auto identificação.

Esteja onde estiver o som do próprio nome é suficiente para dar o alerta de que o mundo está falando em você.

Fonte: SUZANA HERCULANO-HPUZEL, Folha, 1510212017