sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Uma aventura romântica na biblioteca




Aqui vai mais um relato de uma experiência que tem se tornado comum ao ecossistema em torno do campus do IBAD. Conforme publiquei anteriormente sobre a incursão de um gavião à biblioteca para capturar uma presa, algo parecido aconteceu hoje. Não tão contundente, mas bem interessante.

Tudo começou quando um dos vizinhos ao lado passou a alimentar os pássaros que frequentam as arvores plantada no perímetro do campus e que dão para a fronteira da casa deles.  Os pássaros que frequentam  os galhos dessas árvores agradecem enchendo o lugar de trinados, o que tem atraído outras espécies. O lugar se transformou em um verdadeiro viveiro com diversas espécies.

Talvez a receptividade das aves tenha a ver com o crescimento urbano da cidade, motivo suficiente para que  os alimentos silvestres se torne  escasso.  As aves são gratas a qualquer benfeitor que facilite a vida delas e a preservação da  espécie.  Por isso essas aves reconhecem qualquer benfeitoria em seu favor.

Assim como fui pego de surpresa com a incursão do gavião na sala de leituras da biblioteca, hoje um casal de pássaros resolveu fazer do lugar um motel – Anuns pardos com as pontas das penas das caudas esbranquiçadas. Os dois foram para detrás das persianas  de uma das janelas fazer festa.

Não me importo com eles e até gosto porque alegra o ambiente. Porém, o resultado das constipações dos pássaros é o que me incomoda. Todo mundo sabe que os excrementos dessas aves são carregadas de uma espécie de  ácido  intestinal que se não forem higienizados rapidamente mancha os alvos escolhidos. Como eles tentam voar por cima dos livros sou obrigado a conduzi-los até a porta, amigavelmente. O que também é uma luta porque eles entram, mas não sabem sair.

Um deles, acho que o “homem” do casal,  entendeu a proposta logo:  Sair pelo mesmo lugar que entrou. A sua companheira foi mais resistente e desafiante. Não deu a mínima para o meu convite. Insisti batendo palmas, na mesa, nos jornais, e nada. Aproximei-me lentamente, e a medida que eu ia crescendo não lhe restou outra alternativa que cair fora. Mas ela não saiu logo pulou para outra janela. Insisti. Como não tinha como competir comigo, resolveu acompanhar o seu companheiro que a aguardava num galho próximo a porta.

O amor é lindo não é?  Não tem hora e nem lugar. Mas na minha biblioteca, não, violão!


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