Aqui vai mais um relato de uma experiência que tem se
tornado comum ao ecossistema em torno do campus do IBAD. Conforme publiquei
anteriormente sobre a incursão de um gavião à biblioteca para capturar uma
presa, algo parecido aconteceu hoje. Não tão contundente, mas bem interessante.
Tudo começou quando um dos vizinhos ao lado passou a
alimentar os pássaros que frequentam as arvores plantada no perímetro do campus
e que dão para a fronteira da casa deles.
Os pássaros que frequentam os
galhos dessas árvores agradecem enchendo o lugar de trinados, o que tem atraído
outras espécies. O lugar se transformou em um verdadeiro viveiro com diversas espécies.
Talvez a receptividade das aves tenha a ver com o
crescimento urbano da cidade, motivo suficiente para que os alimentos silvestres se torne escasso. As aves são gratas a qualquer benfeitor que
facilite a vida delas e a preservação da
espécie. Por isso essas aves reconhecem
qualquer benfeitoria em seu favor.
Assim como fui pego de surpresa com a incursão do gavião na
sala de leituras da biblioteca, hoje um casal de pássaros resolveu fazer do
lugar um motel – Anuns pardos com as pontas das penas das caudas
esbranquiçadas. Os dois foram para detrás das persianas de uma das janelas fazer festa.
Não me importo com eles e até gosto porque alegra o
ambiente. Porém, o resultado das constipações dos pássaros é o que me incomoda.
Todo mundo sabe que os excrementos dessas aves são carregadas de uma espécie
de ácido intestinal que se não forem higienizados
rapidamente mancha os alvos escolhidos. Como eles tentam voar por cima dos
livros sou obrigado a conduzi-los até a porta, amigavelmente. O que também é
uma luta porque eles entram, mas não sabem sair.
Um deles, acho que o “homem” do casal, entendeu a proposta logo: Sair pelo mesmo lugar que entrou. A sua
companheira foi mais resistente e desafiante. Não deu a mínima para o meu
convite. Insisti batendo palmas, na mesa, nos jornais, e nada. Aproximei-me
lentamente, e a medida que eu ia crescendo não lhe restou outra alternativa que
cair fora. Mas ela não saiu logo pulou para outra janela. Insisti. Como não
tinha como competir comigo, resolveu acompanhar o seu companheiro que a
aguardava num galho próximo a porta.
O amor é lindo não é?
Não tem hora e nem lugar. Mas na minha biblioteca, não, violão!
Os usuários agradecem.